A NBR 16325 é a norma técnica brasileira que regula os dispositivos de ancoragem utilizados em sistemas de proteção contra quedas (SPCQ). Dividida em duas partes, ela aborda os diferentes tipos de ancoragens, seus requisitos mínimos e orientações para fabricação, instalação, uso e manutenção. Este guia da Atlas safe reúne todas as informações essenciais sobre a norma, seus tipos de ancoragens, requisitos e melhores práticas, garantindo que você tenha o conteúdo mais completo sobre o tema.
As linhas de vida flexíveis ou dispositivos tipo C tiveram que ser separadas da norma em uma segunda parte, pois quando o assunto é linha de vida flexível a complexidade de fabricação e instalação é bem maior. Desta forma a necessidade de um conteúdo direcionado e mais robusto, e que abrange este tipo de solução.
A Origem da Norma NBR 16325
A NBR 16325 foi criada com base na norma europeia EN795, mas passou por adaptações para atender às necessidades e peculiaridades do mercado brasileiro. Após anos de estudos e reuniões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a norma foi publicada, marcando um avanço significativo para a segurança em trabalhos em altura.
Ela serve como referência para garantir a qualidade, eficiência e segurança dos dispositivos de ancoragem comercializados no Brasil.
A NBR 16325 foi publicada em 2014, basicamente se formos pensar no quesito de necessidade ela é bem recente e até hoje em 2024 brigamos constantemente para que seja minimamente seguida para garantir a segurança dos trabalhadores.
Para quem é destinada a NBR 16325?
A NBR 16325 é aplicável exclusivamente para Fabricantes e Instaladores que realizam dispositivos de ancoragem novos, ou seja, produtos que ainda não foram colocados no mercado ou instalações de linhas de vida na indústria e construção.
Ela estabelece os requisitos mínimos de ensaio, desempenho, instalação, documentação e inspeção que esses dispositivos devem atender para garantir sua segurança e funcionalidade.
Além disso, a norma também define as diretrizes essenciais que devem constar nas instruções fornecidas pelo fabricante, como informações sobre instalação, marcação e uso adequado. Essas orientações são indispensáveis para assegurar que os dispositivos sejam instalados e utilizados corretamente.
Também oferece diretrizes para documentações mínimas que devem ser fornecidas pelos fabricantes e instaladores. Traz informações sobre inspeções periódicas e manutenções dos Sistemas de Proteção Contra Quedas.
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Divisão da NBR 16325
A norma é dividida em duas partes, que abordam diferentes tipos de ancoragens:
- Parte 1 (NBR 16325-1:2024): Requisitos para dispositivos dos tipos A, B, D e E.
- Parte 2 (NBR 16325-2:2024): Requisitos específicos para dispositivos do tipo C.
A seguir, exploramos cada tipo de ancoragem e suas aplicações.
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Os Tipos de Dispositivos de Ancoragem Segundo a NBR 16325-1
Tipo A: Dispositivos Fixos
Os dispositivos de ancoragem do Tipo A são divididos em dois subtipos: A1 e A2, cada um com aplicações específicas. Essa classificação permite que a norma contemple diferentes necessidades de fixação em estruturas.
Ancoragem Tipo A1
Esse subtipo abrange dispositivos projetados para serem fixados em estruturas por meio de uma ancoragem estrutural ou de um elemento de fixação, criando um ponto de ancoragem seguro.
Mas como isso funciona? Um dispositivo de ancoragem Tipo A1 é instalado em outro elemento estrutural que serve como base de suporte. Por exemplo:
- Uma barra roscada, fixada em concreto com chumbador químico, funciona como uma ancoragem estrutural.
- O olhal de ancoragem, por sua vez, é fixado a essa barra roscada e deve atender aos requisitos da NBR 16325, sendo classificado como um dispositivo Tipo A1.
É importante destacar que a norma não cobre as ancoragens estruturais, apenas os dispositivos que se conectam a elas.
Ancoragem Tipo A2
Os dispositivos Tipo A2 foram projetados especificamente para instalação em telhados inclinados. Eles compartilham das mesmas características gerais das ancoragens Tipo A, mas com adaptações para se fixarem nas estruturas da cobertura.
- Fixação: Normalmente, são instalados diretamente nos elementos da estrutura do telhado, garantindo segurança em ambientes inclinados.
- Aplicação: Muito utilizados em manutenções e inspeções de telhados industriais ou comerciais.
Características:
- Fixados permanentemente em estruturas estáticas (paredes, tetos, superfícies inclinadas).
- Fabricados com materiais resistentes à corrosão, como aço galvanizado ou inoxidável.
- Ponto de ancoragem estático, destinado a conexões individuais.
Utilizações:
- Instalações permanentes em edifícios e torres.
- Sistemas de proteção em locais de acesso frequente.
- Suporte para manutenção de estruturas industriais ou comerciais.
Tipo B: Dispositivos Transportáveis
As ancoragens Tipo B se destacam por sua versatilidade. Esses dispositivos são classificados como transportáveis, mas com a peculiaridade de se tornarem estacionários no momento do uso, oferecendo um ponto de ancoragem estável e seguro.
Como isso funciona?
Esses dispositivos são projetados para serem deslocados até o local onde serão utilizados. Uma vez instalados, permanecem fixos durante o período de operação. Um exemplo clássico é o pórtico móvel: ele pode se mover e ser transportado com facilidade, mas, ao ser montado no local de trabalho, oferece um ponto de ancoragem confiável e estático.
Características:
- Transportáveis, mas tornam-se estacionários após a instalação.
- Reutilizáveis e desmontáveis, facilitando o transporte e armazenamento.
- Compatíveis com diferentes tipos de superfícies (metálicas, concretos, improvisadas).
- Projetados para oferecer versatilidade em locais de difícil acesso.
Utilizações:
- Entrada e saída em espaços confinados
- Inspeções e manutenções temporárias em indústrias.
- Abastecimento e descarga de caminhões
- Montagens e desmontagens em eventos ou construções.
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Tipo D: Sistemas de Linha de Vida Rígidos
Os dispositivos Tipo D são compostos por uma linha de ancoragem rígida, como trilhos metálicos, que permitem o deslocamento seguro de um ponto de ancoragem móvel, frequentemente deslizante, ao longo de sua trajetória.
Esses sistemas rígidos garantem estabilidade e segurança, com o ponto de ancoragem se movendo de forma contínua e controlada ao longo do trilho. Para atender às especificações da norma, a inclinação da linha rígida não deve exceder 15°, quando medida entre os pontos de ancoragem intermediários e de extremidade em qualquer ponto do trajeto.
Essa limitação de inclinação assegura que o sistema opere com eficiência e que as forças geradas durante o deslocamento ou em caso de queda sejam distribuídas de maneira segura e uniforme.
Características:
- Compostas por trilhos metálicos ou barras rígidas.
- Permitem o deslocamento de um ponto de ancoragem móvel (deslizante) ao longo do trilho.
- Maior estabilidade e durabilidade em comparação às linhas flexíveis.
- Podem ser instaladas em trajetórias horizontais com inclinação máxima de 15°.
Veja as opções de Pórtico Fixos para Caminhões da Atlas Safe
Utilizações:
- Ambientes industriais de alta demanda, como galpões e hangares.
- Locais que exigem movimentação controlada e estável.
- Inspeções em máquinas e equipamentos fixos de grande porte.
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Veja as opções de Trilhos Rígidos para Caminhões da Atlas Safe
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Tipo E: Dispositivos com Contrapeso
Os dispositivos de ancoragem Tipo E são soluções práticas e eficientes que utilizam contrapesos para garantir estabilidade, dispensando a necessidade de fixação permanente à estrutura. Esses dispositivos são particularmente úteis em locais onde a perfuração ou modificação estrutural não é permitida ou viável, como em telhados sensíveis, superfícies horizontais temporárias ou edificações históricas.
Características:
- Utilizam contrapesos para estabilização, dispensando fixação permanente.
- Ideais para locais onde não é possível perfurar ou modificar a estrutura.
- Instalação rápida e fácil, projetada para trabalhos de curta duração.
Utilizações:
- Trabalhos temporários em galpões abertos
- Manutenção em locais sem infraestrutura de ancoragem.
- Operações em edificações históricas ou locais com restrições estruturais.
Veja as opções de Pórtico Móvel tipo Contra Peso (Pneu) da Atlas Safe
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Veja as opções de Pórtico Móvel tipo Contra Peso (Base) da Atlas Safe
Os Tipos de Dispositivos de Ancoragem Segundo a NBR 16325-2
Tipo C: Sistemas de Linha de Vida Flexíveis
Os dispositivos Tipo C incluem linhas de vida horizontais flexíveis, como cabos de aço ou cordas, que permitem o deslocamento contínuo do trabalhador ao longo de uma trajetória definida.
Devem permanecer dentro de um plano horizontal com inclinação máxima de 15°, quando medida entre as ancoragens de extremidade e intermediárias em qualquer ponto de sua extensão.
Classificação em Temporárias e Permanentes:
Permanentes:
- Instaladas com o objetivo de longo prazo, são fixadas e projetadas para uso contínuo.
- Normalmente encontradas em indústrias, edifícios e locais de manutenção regular.
Características:
- Compostas por cabos de aço;
- Permitem o deslocamento contínuo do trabalhador ao longo da linha.
- Classificadas em permanentes:
Utilizações:
- Manutenção de telhados industriais e comerciais.
- Instalações em locais que demandam deslocamento horizontal seguro.
- Áreas onde é necessário proteger múltiplos trabalhadores simultaneamente.
Veja as opções de Linha de Vida Flexível para Telhados Interface Trapezoidal da Atlas Safe
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Veja as opções de Linha de Vida Flexível para Caminhões/Máquinas – Overhead da Atlas Safe
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Como escolher o Dispositivo de Ancoragem Ideal?
A escolha do dispositivo de ancoragem ideal depende de diversos fatores, incluindo:
- Tipo de trabalho: É temporário ou permanente?
- Estrutura disponível: Há possibilidade de fixação permanente ou será necessário usar dispositivos transportáveis?
- Normas aplicáveis: O dispositivo atende aos requisitos da NBR 16325.
- Nível de Qualificação da Equipe que irá utilizar das linhas de vida;
- Periodicidade: É de uso frequente ou sazonal?
- É possível mitigar os riscos modificando projetos ou layouts da necessidade de acessar em altura?
Além disso, é fundamental que a instalação e o uso dos dispositivos sejam realizados por profissionais qualificados, seguindo as orientações do fabricante.
Manutenção e Inspeção de Dispositivos de Ancoragem
Para garantir a segurança, os dispositivos de ancoragem devem passar por inspeções regulares. Veja algumas práticas recomendadas:
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- Inspeção visual diária: Verifique sinais de desgaste, corrosão ou danos estruturais.
- Manutenção periódica: Realize testes de resistência e funcionalidade conforme as especificações do fabricante.
- Registro de inspeções: Mantenha um histórico detalhado de todas as inspeções e manutenções realizadas.
Conheça o Único Aplicativo de Inspeções de Linhas de Vida do Brasil:
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Documentação Obrigatória Segundo a NBR 16325
A norma exige que, após a instalação, seja fornecida uma documentação detalhada que comprove a conformidade do sistema.
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O Que Deve Estar na Documentação?
A documentação de instalação deve conter pelo menos as seguintes informações:
a) endereço e localização da instalação;
b) nome e endereço da empresa ou do profissional legalmente habilitado responsável pela instalação;
c) nome da pessoa encarregada pela instalação;
d) identificação do produto (fabricante do dispositivo de ancoragem, tipo, modelo);
e) dispositivo de fixação (fabricante, produto, tensão permitida e forças transversais);
f) plano de instalação esquemático, por exemplo, do telhado, e um manual de utilização, sobre, por exemplo, onde os pontos de ancoragem estão localizados;
g) projeto de instalação.
O que a ATLAS SAFE fornece na documentação das suas instalações de Linhas de Vida:
a) endereço e localização da instalação;
b) nome e endereço da empresa ou do profissional legalmente habilitado responsável pela instalação;
c) nome da pessoa encarregada pela instalação;
d) identificação do produto (fabricante do dispositivo de ancoragem, tipo, modelo);
e) dispositivo de fixação (fabricante, produto, tensão permitida e forças transversais);
f) plano de instalação esquemático, por exemplo, do telhado, e um manual de utilização, sobre, por exemplo, onde os pontos de ancoragem estão localizados;
g) projeto de instalação.
h) projeto 3D;
i) manual de utilização do sistema;
j) controle dos torques aplicados em todos parafusos;
k) laudos de testes de laboratório de todas as peças;
l) rastreabilidade das peças e da linha de vida em geral;
m) ART – Atestado de Responsabilidade Técnica;
n) treinamento de utilização das linhas de vida com certificado
o) acesso ao aplicativo de inspeções de linhas de vida (https://atlassurvey.com.br/)
p) cálculos das linhas de vida e cálculo da ZLQ (Zona Livre de Quedas);
q) análise preliminar de riscos
r) procedimento de inspeções de epi’s e epc’s
s) restrições de trabalho e condições
t) relatório fotográfico
Limite de 6kN no Impacto ao Usuário: Um Marco na Segurança
Um dos maiores avanços trazidos pela NBR 16325 é a exigência de que o impacto gerado no trabalhador durante uma queda nunca ultrapasse 6kN. Essa limitação não apenas estabelece um padrão de segurança, mas também desafia os fabricantes a desenvolverem dispositivos capazes de absorver as forças geradas em uma queda, protegendo o usuário de danos severos.
Por Que 6kN?
Estudos indicam que impactos superiores a 6kN no corpo humano podem causar ferimentos graves, com riscos de lesões internas e até risco de morte. Para contextualizar:
- 6kN equivalem a 600 kgf, quase o peso de um Fusca aplicado diretamente sobre uma pessoa.
Ao limitar esse valor, a norma busca reduzir significativamente os riscos associados às forças geradas em uma queda, garantindo maior segurança para os trabalhadores.
Desafios na Aplicação do Limite de 6kN
Embora seja simples fabricar ancoragens que suportem cargas altíssimas, controlar e dissipar as forças geradas por uma queda de forma a não exceder 6kN no usuário é um grande desafio. Isso exige:
- Compatibilidade com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
- Uso de dispositivos de absorção de energia, como trava-quedas e absorvedores de impacto.
Como Isso Funciona na Prática?
Dispositivos de Ancoragem Simples (Ex.: Tipo A1):
- Dispositivos como olhais de ancoragem são projetados para fixação estrutural, mas não possuem sistemas de absorção de impacto integrados.
- Para atender ao limite de 6kN, esses dispositivos devem ser utilizados em conjunto com EPIs adequados, como o trava-quedas deslizante em linha flexível, conforme a NBR 14626.
- Essa combinação garante que a força de frenagem máxima permaneça dentro do limite, protegendo o trabalhador.
Linhas de Vida Tensionadas (Ex.: Tipo C):
- As linhas de vida tensionadas podem transferir forças significativas para as ancoragens, especialmente durante quedas.
- As forças transmitidas para os pontos de ancoragem de extremidade podem facilmente exceder 300% da carga inicial, dependendo do ângulo de tensão da linha.
- Para resolver esse problema, é indispensável o uso de absorvedores de energia eficientes. Esses dispositivos ajudam a dissipar a energia gerada, mantendo as forças nas ancoragens e no usuário dentro dos limites seguros.
Conclusão
Os dispositivos de ancoragem são elementos essenciais para a segurança no trabalho em altura, e a NBR 16325 desempenha um papel crucial ao estabelecer padrões para esses dispositivos. Seja qual for a aplicação, é imprescindível escolher o dispositivo adequado, garantir sua instalação correta e realizar inspeções regulares.
Se você precisa de soluções completas e seguras para proteção em altura, conheça os produtos e serviços da Atlas Safe. Nossa equipe está pronta para ajudar você a implementar as melhores práticas de segurança no trabalho em altura.